sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Podemos mesmo ajudar alguém?


Impressionante como somos por vezes rápidos em dar respostas à vida e problemas alheios, como facilmente somos capazes de sentenciar destinos, achar culpados e “resolver situações complexas” nas vidas dos “outros”.

Me ponho a pensar: e se fizéssemos diferente? Se ao invés de julgar, apontar, “resolver” e determinar o futuro das pessoas, achando que tudo é fácil, “ela ou ele é assim porque quer, por que se fosse eu no lugar dela...”, parece realmente fácil observar a vida alheia e solucionar aquilo que achamos que não se encontra no lugar correto.
Mas não é! Fico pensando e se de fato estivéssemos no lugar do outro será que agiríamos mesmo diferente e, sairíamos assim tão facilmente dessas situações? Como cristão não posso deixar de refletir diversas vezes em que Jesus teve compaixão do outro e chorou, tocou-se, emocionou-se, moveu-se de seu lugar para de fato fazer e não apenas dizer alguma coisa.
Palavras vazias não mudam destinos, nem ainda situações, nesse momento que escrevo essas palavras peço a Deus perdão por ter julgado tantos e não ajudado a muitos os quais poderia simplesmente ter movido os meus ouvidos a escutá-los, amá-los e abraçá-los, como que num ato de “eu entendo e estou aqui”, mesmo sem entender de fato as circunstâncias exatas pelas quais “aquela pessoa” e não “eu”, está passando.
Graças a Deus somos indivíduos, significando com isso dizer que não existem clones ou cópias, pessoas são individualmente distintas e ainda que seus caráteres sejam parecidos, elas nunca serão a mesma pessoa.
A indiferença é uma das piores coisas que possa existir e, Cristo também a sentiu quando em franca agonia no Getisêmani Ele angustiado procurou alguém que pudesse consigo dividir a sua dor, ao contrário do que esperava encontrou todos os seus discípulos dormindo, indiferentes a sua situação e o resto da história já o sabemos, que morreu indiferente a muitos, mas nem por isso quedou-se de mesmo modo, pelo contrário nos deu exemplo de que podemos ser próximos.
Me pego a pensar que então amar o próximo passa pela companhia, pelo ouvir, importar-se, não julgar, de fato ajudar, não lançar mais pesos sobre o outro que já se encontra com dificuldades. Amar o próximo é dar tempo ao tempo e, continuar amigo, companheiro, ainda quando ele não queira seguir os “nossos exemplos”, afinal de contas não é isso que Jesus faz até hoje, espera cada um de nós, pacientemente.
Quanto a mim ainda hoje posso sentir as suas lágrimas de compaixão, dizendo sempre não se preocupe Estou aqui e Vou te ajudar, Eu te entendo.
Que possamos seguir o seu exemplo hoje amando e respeitando o próximo assim como desejaríamos ser amados e respeitados, se porventura estivéssemos no lugar dele.


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