sábado, 8 de novembro de 2014

Os mercadores do Sagrado



Jesus entrou no templo e expulsou todos os que ali estavam comprando e vendendo. Derrubou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas, e lhes disse: "Está escrito: 'A minha casa será chamada casa de oração'; mas vocês estão fazendo dela um 'covil de ladrões'". (Mateus 21:12 e 13).

Temos vivido tempos de enorme dificuldade seja financeira, moral ou valorativa, no sentido de que mais uma vez vemos a repetição de coisas que não mais são toleradas, a expressão da passagem do Evangelho de Mateus mostra-nos claramente a ideia de que, ainda hoje vemos acontecer em diversas cidades e se alastra mundo afora, o uso do Evangelho da Salvação como meio de comércio. Triste ver que Palavra de Deus, suas bençãos e a própria salvação esteja sendo anunciada em muitos locais como um produto qualquer.

Mais horrível é ver o quanto pessoas, que usam do Nome de Cristo, para vender ilusões perdidas e sonhos inúteis.

Vivemos um tempo de flexibilidade da fé e dos valores morais, um tempo em que nos voltamos a 'lei da selva", onde os mais fortes tem prevalecido, não quero aqui dizer com isso e, não me refiro a força que importa, pois creio que chegará o tempo em que muito do que se está encoberto será manifesto.

Não falo e nem me refiro ao desvendamento de escândalos, mas acredito que Deus não se deixa zombar por ninguém, podemos sim julgar as árvores pelos seus frutos e bem saber que nem todos que afirmam Senhor, Senhor realmente estão em seu nome a falar.

A igreja, enquanto indivíduos e não apenas enquanto instituição tem de ter a consciência de que não podemos negociar as "coisas santas", que Deus não está a venda em suvenires, ou amuletos, nem ainda em óleos, chaves e outra e qualquer coisa do gênero, nem mesmo as ofertas que damos ou o dízimo que entregamos compram o bem precioso da salvação, gratuitamente ofertado por Cristo.

Acredito que é chegado o tempo de uma maior reflexão acerca do que e como estamos fazendo as coisas, tentando separar joio e trigo, não apenas me refiro as ações de terceiros, que agindo com mercadores tornam a fazer da Casa do Senhor um comércio, mas não nos esqueçamos que aquela passagem nada mais era que uma simbologia, posto que o templo verdadeiro somos nós.

A isto pergunto será que não estamos negociando com Deus e fazendo de sua casa, nosso corpo um comércio? Se me deres Senhor eu dou! Se fizeres eu faço! Para ir, primeiro o Senhor deve fazer! ... como cristãos somos chamados a viver por fé e, na integridade da sua Palavra, andando como luzeiros pelo mundo, de modo a sermos verdadeiros espelhos refletindo a imagem do Cristo verdadeiro, assim como Ele refletiu a Deus.

Amados não sejamos comerciantes das verdades permitindo a relativização da fé e da consciência de que somente ele é Senhor e Salvador suficiente das nossas almas.

Deixemos de apenas apontar e condenar aqueles que, muitas vezes, aproveitam-se da ingenuidade e do desespero alheio para ganhar dinheiro, como já o disse o Senhor são ladrões e aqui na terra ajuntam tesouros para sua própria perdição. Antes, contudo sejamos diligentes em agir, sabendo ouvir as direções do Espírito Santo, que não significam ouvir vozes do além, senão perceber os sinais terrenos e concretos que nos fornece, a Sua Palavra é a melhor balança para pesarmos o quanto estamos certos.

Que sejamos guiados por Deus em toda boa obra, não permitindo-nos comprar e vender aquilo que de mais precioso recebemos: o direito de sermos chamados filhos de Deus, tendo nossos nomes lançados no Livro da Vida.

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