Existe uma história na
Bíblia que sempre me mostra o quão incompreensíveis as coisas de Deus podem
parecer em um primeiro momento, e quanto não podemos entender os Seus
propósitos; me refiro a história de José, a Bílbia conta que ele era o filho
mais novo de Jacó, que possuía outros 11 filhos, mas conta também que José era
o seu filho mais chegado, por ser filho de sua primeira esposa, que era estéril,
mas que por milagre veio a conceber.
As Escrituras contam ainda
que os irmãos de José, nutriam uma inveja do apego do pai em relação ao pequeno
e que por isso mesmo tramaram vender-lhe como escravo aos egípcios e acordaram
de contar ao pai que o irmão havia sido atacado por um animal no bosque e viera
a morrer. Tal fizeram e José amargou longos anos de sofrimentos, calúnias,
trabalhos forçados, vida dura, prisão, esquecimento e novas traições em sua
jornada no Egito.
O interessante é que não se
relata a exatidão, mas já adulto José viu sua “sorte” mudar ao ser convidado a
adivinhar o significado de um sonho que tivera o Faraó egípcio, o que lhe
rendeu posição e favores especiais pela sua iluminação em decifrar o enigma que
perturbava o rei, tendo por reviravolta na sua vida a posição de chegar a ser
uma espécie de Primeiro Ministro, naquela que era a nação mais rica do globo a
época.
Se parasse neste ponto a
história já seria épica não é mesmo? Todavia Deus havia planejado algo além de
tudo isso, um plano de salvação que estava encoberto nessa história de um
menino que aprendeu a “sonhar grande”. Pois bem, relata-se o período de grande
crise climática que gerou enormes dificuldades em nações inteiras, que
recorriam ao Egito, único que possuía provisão, graças à boa administração de
José e ao seu dom de haver discernido o sonho.
Conta-se que seus irmãos
vieram-lhe ao encontro a fim de comprar comida, desta feita diferentemente do
que poderia ter feito, revidar o mal com o mal, José preferiu mostrar a face de
perdão e prefigurando um futuro “messias”, traz os seus familiares para o Egito,
os quais viveram em bonança, sendo poupados da crise e da fome que assolava nações
e que dizimou povos com fome e escassez.
O que me chama atenção nessa
história além do fato de que ela é uma “grande volta por cima”, é o que se pode
ler nas entrelinhas, talvez não entendamos os percalços, as perseguições,
falsas acusações e todo mal sofrido na caminhada, quantas vezes falhamos e tudo
deu certo, Deus tem um final surpreendente e neste exato momento Ele está
movendo o Seu plano de livramento em nossas vidas, e, somente lá na frente
iremos mesmo, se formos inteligentes para fazer uma breve retrospectiva e
análise crítica de nossas vidas, o quanto tudo que passamos nos serviu a
trilhar o “verdadeiro projeto”.
O Detalhe que antes omiti e
agora vos relato, é que a Bíblia conta que em todo o tempo, em todas as
adversidades José sempre manteve integro o seu caráter, aquilo que havia aprendido
e sabia ser o certo, além de manter viva a chama de suas crenças, de que Deus
havia lhe dado sonhos e que em todo tempo podemos manter uma atitude de ajudar,
falar a verdade, sermos sinceros, não apenas com os outros, senão, sobretudo com
nós mesmos.
José soube ser paciente,
esperar as coisas acontecerem, mas enquanto fazia não se furtou de acreditar e
viver aquilo que cria, praticando ações que lhe renderam um dia, o momento de
poder ver os seus malfeitores diante de si e, perdoar-lhes estendendo a mão e
sendo uma espécie de ponte da morte para a vida (porque aquela família que mais tarde seria
a raiz que daria origem ao povo israelita, iria morrer de fome, não fosse a sua
cooperação).
Assim José soube não apenas
ser generoso, mas talvez pode entender que todo o mal sofrido havia um bem por
finalidade e que esse bem, por si somente seria o projeto de um novo futuro, de
morte à vida.
Que sejamos humildes para reconhecer
as oportunidades e pacientes para superar as adversidades, sabendo que todas as
coisas cooperam para o bem daqueles que amam (creem) em Deus (Romanos 8:28)